Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 20 de abril de 2024

CPLP - Parlamentares querem rectificações ao Acordo Ortográfico

A Assembleia Parlamentar da CPLP chegou na passada quarta-feira, 17, a consenso sobre a necessidade de rectificações ao Acordo Ortográfico de 1990, por constatar que o documento “continua a gerar muita controvérsia e confusão” nos Estados membros da organização lusófona


A tomada de posição foi transmitida pelo presidente da Comissão 3 – Língua, Educação, Ciência e Cultura da Assembleia Parlamentar da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP), Paulo de Carvalho, no final dos trabalhos da segunda reunião deste organismo que decorreu em Luanda.

O deputado angolano recordou que a “Ratificação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990” foi o tema central deste encontro, onde os participantes constataram que o tratado, que visa criar uma ortografia unificada para o português, continua a gerar controvérsia.

“Constatamos o facto de o Acordo Ortográfico estar ainda a gerar muita controvérsia, muita confusão, mesmo nos países mais beneficiados, posso assim dizer, pelo acordo, também aí está a haver grande discussão, nomeadamente em Portugal e no Brasil”, disse.

Segundo o parlamentar, nos países africanos e em Timor-Leste a discussão em torno do Acordo Ortográfico “é maior”, por existirem "uma série de questões de natureza linguística, social e antropológica que não foram consideradas e que os executivos desses países têm vindo a reclamar”.

Recordou que Timor-Leste ratificou o Acordo Ortográfico com reservas, “porque também considera haver necessidades de correcções ao Acordo, assinado por todos os Estados membros da CPLP em 16 de Dezembro de 1990, em Lisboa, com Angola e Moçambique entre os países que não ratificaram.

A reunião da AP-CPLP, que decorreu na capital angolana, deliberou “em consenso que há necessidade de fazer rectificações ao Acordo para que o mesmo possa ser ratificado proximamente”, realçou Paulo de Carvalho, admitindo que quanto mais cedo se fizerem as rectificações “mais cedo os executivos e parlamentos dos Estados que ainda não ratificaram vão fazê-lo”.

Unificar normas ortográficas a nível do bloco lusófono estão entre os principais propósitos deste tratado internacional assinado há 33 anos e que tarda em ser ratificado por todos os países da CPLP, que levantam questões de natureza sociocultural dos respectivos povos.

O encontro, em que Angola assumiu a presidência rotativa do órgão por um ano, contando com a vice-presidência da Guiné-Bissau e o secretariado de Portugal, também deliberou temáticas a serem discutidas em próximas reuniões, nomeadamente a difusão da língua portuguesa nas repúblicas da Guiné Equatorial e Timor-Leste e as universidades de língua portuguesa, proposta por Portugal.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove países que compõem a CPLP. In “Expresso das Ilhas” – Cabo Verde com “Lusa”


Cabo Verde - Sónia Sousa: Da Cidade da Praia para o mundo!

Está desvendado o EP de estreia da artista e compositora, Sónia Sousa. Uma voz emergente na cena musical cabo-verdiana.

Sabi é uma mistura de vários estilos onde a maioria dos temas abordam a temática do amor nas diferentes vertentes. Neste trabalho a artista evidencia o lado mais feminino, o que antes era algo impossível por não se sentir bem consigo mesma.  Sónia Sousa desbrava um universo musical influenciado por cantoras como Sara Tavares, Beyoncé e Ayra Starr, trazendo motivação para continuar e singrar na cena musical.

Vem do Bairro Eugénio Lima, na Cidade da Praia onde começou a cantar e tocar violão desde os 15 anos. Foi ainda artista revelação nos CVMA de 2023 e agora apresenta o single É Sabi. In “RDP África” - Portugal


Cabo Verde - Indira lança videoclipe do single “Bu Bai”

Após “Mama” e “Finka Pe”, a artista Indira lançou o videoclipe do single “Bu Bai”. O videoclipe está disponível nas plataformas de streaming

“Bu Bai”, faz parte do EP “Di Alma", da artista, lançado em Fevereiro do ano passado.

Segundo uma nota da Harmonia, “Bu Bai”, faz um retrato da história de um amor que tinha tudo para dar certo, mas que não resultou em nada.

O projecto “Di Alma" conta com sete faixas, onde a maioria é da sua autoria, e a artista assume o papel de roteirista das suas próprias histórias, sentimentos e vivências.

Neste projecto, Indira delineia ainda histórias do quotidiano cabo-verdiano de acordo com a sua própria perspectiva.

“Em meio à angústia, tristeza e incertezas, chega um momento em que a artista decide transpor no papel todos os sentimentos como a melhor forma de lidar com estes, traduzindo na lírica que compõem o EP”, relata a mesma fonte.

“Angústia”, “Mama”, “Bu Bai”, “Ka Tem Como”, “N Ka Tinha Nada”, “Kantu Bez” e “Finka Pé”, são os temas que fazem parte deste trabalho da artista.

O projecto conta com nomes como à artista Elida Almeida, Marte Gomes Ferreira, Bruno Beats, Sany San, Fredy Beats, Golden Beat, Amiro Beats e do beatmaker Afro16ar. Dulcina Mendes – Cabo Verde in “Expresso das Ilhas”


sexta-feira, 19 de abril de 2024

Angola - “Letras sobre as Línguas de Angola” com poema de Deolinda Rodrigues

A Academia Angolana de Letras lança, amanhã, às 15h00, no Memorial Dr. António Agostinho Neto, em Luanda, a obra “Letras sobre as Línguas de Angola”. Trata-se de um conjunto de ensaios organizados por Paulo de Carvalho e António Quino, membros da direcção da Academia Angolana de Letras. Patrocinada pela Fundação Bornito de Sousa, a obra reúne textos de eminentes intelectuais da academia angolana


Em declarações ao Jornal de Angola, António Quino avançou que a obra traz textos da renomada linguista Amélia Mingas, falecida em 2019, do psicólogo Aníbal Simões, do jurista Bornito de Sousa, do pedagogo Filipe Zau, do linguista Mbiavanga Fernando, do crítico literário Manuel Muanza, do linguista Márcio Undolo e do antropólogo Virgílio Coelho. A obra traz, igualmente, para além dos textos dos organizadores, respectivamente o sociólogo Paulo de Carvalho e o docente António Quino, um texto da escritora e heroína nacional Deolinda Rodrigues "Languidila”, falecida a 2 de Março de 1967.

"Publicamos um poema inédito em kimbundu, magistralmente traduzido para português pelo também escritor Jofre Rocha, irmão de Deolinda Rodrigues”, revelou António Quino.

António Quino explicou que a obra traz uma abordagem pluridisciplinar a respeito das línguas da República de Angola, sem qualquer tipo de discriminação ou limitação na abordagem.

O escritor e ensaísta António Quino adiantou que, além de ser publicada na obra a Declaração da Academia Angolana de Letras sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, resultado de uma mesa-redonda a respeito do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (AO90), o livro também transporta a visão de antropólogos, críticos literários, escritores, juristas, linguistas, pedagogos, psicólogos sociais e sociólogos, cada um deles a tratar a questão linguística sem tabus de qualquer espécie.

"Lembramos que na sua declaração, a Academia Angolana de Letras considera desfavorável a adesão de Angola ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (AO90) por se tratar de um instrumento que não promove a unificação da grafia do idioma e por não convergir para a promoção e difusão da língua no país”, sublinhou.

"Letras sobre as Línguas de Angola” é o primeiro livro a ser publicado sob a égide da Academia Angolana de Letras desde a sua fundação, em 2016. Katiana Silva – Angola in “Jornal de Angola”


Macau - Passaportes de Portugal e Singapura nos canais de passagem automática

A partir de hoje, 19 de Abril, os visitantes titulares de passaportes de Portugal e Singapura poderão entrar ou sair de Macau através dos canais de passagem automática tradicionais de duas portas instalados nos postos fronteiriços do território, após o respectivo registo, informou ontem o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP).


Os indivíduos de nacionalidade portuguesa ou singapuriana, com idade igual ou superior a 11 anos de idade, podem dirigir-se aos diferentes postos de Migração com o seu passaporte – com pelo menos 90 dias de validade – para efectuar o registo. Segundo o CPSP, esta medida visa aproveitar “eficazmente” os canais de passagem automática e “elevar a experiência de passagem fronteiriça dos visitantes estrangeiros”.

A corporação sublinha que já procedeu a várias actualizações de hardware e software dos canais e introduziu novas tecnologias, como o código QR e a utilização da íris em vez de impressões digitais para confirmar a identidade, reduzindo efectivamente o tempo de espera para entrada e saída.

O CPSP promete continuar a alargar os destinatários desses canais de passagem, por forma a “promover activamente a facilitação da circulação de pessoas e a contribuir para o novo desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau


França - Três filmes portugueses estreiam-se na quinzena de cineastas em Cannes

Três filmes portugueses, de Inês Lima, Paulo Carneiro e Frederico Lobo, vão ser exibidos em Maio na Quinzena de Cineastas, um programa paralelo ao Festival de Cinema de Cannes, em França, foi agora anunciado.


A Quinzena de Cineastas, criada em 1969, é um programa independente não competitivo, que decorre em paralelo ao Festival de Cannes e é organizado pela Sociedade de Realizadoras e Realizadores de Cinema.

Da programação anunciada fazem parte duas obras que retratam o território transmontano: a longa-metragem “A Savana e a Montanha”, de Paulo Carneiro, e a curta-metragem “Quando a terra foge”, de Frederico Lobo.

“A Savana e a Montanha” foi rodado em Covas do Barroso, no município de Boticas, e acompanha a luta dos habitantes contra a possibilidade de exploração das minas de lítio.

O projecto, atribuído à empresa britânica Savannah Resources, é para uma região reconhecida pela Organização das Nações Unidas “como o único Sistema do Património Agrícola de Importância Mundial em Portugal (e um dos poucos na Europa)” e a população local não está disposta a ser compensada financeiramente pelos impactos negativos da exploração de lítio, refere a agência Portugal Film, que vai distribuir o filme internacionalmente.

Em entrevista à agência Lusa em Janeiro passado, Paulo Carneiro descreveu este filme, que tem co-produção com o Uruguai, como um “western social”, rodado na mesma região onde já tinha feito antes o filme de pendor biográfico “Bostofrio, où le ciel rejoint la terre” (2018).

“Quando a terra foge”, de Frederico Lobo, foi filmado integralmente na raia transmontana e tem co-produção entre a Terratreme Filmes e a Rua Escura.

“Entre o nevoeiro, num pleno labirinto do tempo, onde máquinas sondam as profundezas geológicas da montanha, um pastor vai em busca de uma vaca tresmalhada e a infância encontra o seu regresso. A serra transforma-se, o ciclo continua”, refere a sinopse.

Com a Terratreme, Frederico Lobo co-assinou os filmes “Bab Sebta” (2008), com Pedro Pinho, e “Revolução Industrial” (2014), com Tiago Hespanha.

A estes dois filmes junta-se ainda, na Quinzena de Cineastas, a curta-metragem “O jardim em movimento”, da realizadora e artista visual Inês Lima.

A realizadora fez este filme com duas guias botânicas que conduzem um grupo de caminhantes pelo Parque Natural da Arrábida, na península de Setúbal. “Neste passeio entre várias espécies da fauna e flora, entendemos que este lugar particular está a sofrer uma mutação, não por causas naturais, mas pela mão humana”, lê-se na sinopse divulgada pela Agência da Curta-Metragem.

Numa co-produção com Portugal apresentar-se-á também o filme “Algo viejo, algo nuevo, algo prestado”, do realizador argentino Hermán Rosselli.

O filme, um híbrido entre documentário e ficção, retrato de uma família e do mundo do jogo clandestino, conta com a participação da Oublaum Filmes, de Ico Costa, presente pela primeira vez no festival de Cannes, refere a produtora portuguesa em nota de imprensa. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Lusa”


O Brasil será um Evangelistão?

Há muita gente preocupada com a insistência das redes sociais de extrema-direita e evangélicas em continuar repisando velhas mentiras ou criar novas versões sem perda de seguidores. Essa fidelidade capaz de reunir meio-milhão de vistas e centenas de milhares de curtidas em algumas horas foi reforçada com a atualidade das críticas do proprietário do twitter, agora X, Elon Musk ao ministro Alexandre de Moraes do STF e poderá chegar a um máximo com o encontro de domingo em Copacabana, reunindo o ex-presidente Bolsonaro, o Pastor Silas Malafaia e os mais representativos políticos bolsonaristas. Embora no encontro de 25 de fevereiro, na avenida Paulista em São Paulo, o clima tenha sido comedido com o ex-presidente propondo anistia para todos, a recente intervenção estrangeira de Elon Musk relançou o clima de polarização e deverá trazer de volta os discursos de ódio contra o presidente Lula e o STF. 

Alguns canais de esquerda se perguntam por que o governo de Lula não é mais ativo nas redes sociais para mostrar as realidades positivas de seu governo, a fim de estancar esse constante desgaste provocado por fake-news e discursos de ódio.

Ou é simplesmente impossível chegar até aos adeptos bolsonaristas, mesmo se grande parte são negros, pardos, pobres e mulheres, insensíveis aos alertas de que seu líder é racista, indiferente às medidas contra a pobreza e mesmo contra à liberdade para as mulheres?

Só alguns começam agora a perceber haver uma impermeabilidade impedindo aos bolsonaristas a recepção de "narrativas" ligadas aos direitos sociais. Essa impermeabilidade é criada pela maneira como funcionam as seitas neopentecostais. Elas funcionam como comunidades, incentivam atividades capazes de criar proximidade entre as pessoas e são como células ativas com reuniões periódicas toda semana. As pregações, as escolas bíblicas para crianças e jovens são constantes, semanais ou bissemanais, não deixando espaços para outros tipos de preocupações depois do trabalho. Nisso lembram as antigas células do partido comunista com atividades para estudantes, donas de casa e operários. Hoje, nenhum partido faz isso, porém os evangélicos além de religião se tornaram partido político fundamentalista.

Numa longa entrevista concedida ao Uol, o líder petista José Dirceu afirma que Lula e o PT devem ir ao encontro dos evangélicos. Não deixou nada preciso, mas lembrou que a igreja católica entrou em decadência ao reprimir a teologia da libertação, que ia ao encontro do povo, e deixou o caminho aberto para os neopentecostais.

Muitos bolsonaristas esqueceram de que foi Lula quem favoreceu a criação da marcha para Cristo, facilitou os alvarás de funcionamento para as igrejas evangélicas funcionarem em garagens e da presença oficial da então presidente Dilma na inauguração do Templo de Salomão, de Edir Macedo. A ideia de Lula ir ao encontro dos evangélicos não é assim tão simples, pois não houve retorno favorável aos esforços petistas do passado. Muito ao contrário, para impedir a eleição de Lula, em 2022, os líderes evangélicos usavam as redes sociais para amedrontar seus fiéis com a chegada do comunismo e o fechamento de igrejas caso Lula fosse eleito. Ainda hoje a bancada evangélica procura boicotar o governo de Lula.

Embora a maioria evangélica continue sendo bolsonarista, existe mesmo uma minoria de esquerda, como o atual e combativo do Psol, o deputado federal Henrique Vieira, e a ministra verde Marina Silva.

Entretanto, quando se fala na maioria de pastores e seguidores evangélicos ela é fundamentalista, foi golpista e se confunde com a extrema-direita. Recentemente, o canal Opera Mundi dedicou um grande espaço para dois pesquisadores com livros publicados, João Cezar de Castro Rocha e Bruno Paes Manso, explicarem quais são as linhas mestras do evangelismo ou neopentecostalismo brasileiro, seguidas também por grande parte de igrejas protestantes tradicionais, como presbiterianos, metodistas e batistas.

Na verdade, quase se poderia falar num desvio evangélico ou numa refundação da teologia evangélica, por influência da igreja assembléia de Deus e de teólogos fundamentalistas norte-americanos, cujos seguidores nos EUA apoiam Donald Trump para a presidência. Trata-se da Teologia do Domínio, que num rápido resumo consiste numa recalibragem da mensagem cristã evangélica misturando-se com os preceitos básicos do Deus de Israel do Velho Testamento. O cristianismo deixa de ser só mensagem de paz e amor, como se pregava, para juntar conceitos guerreiros do Deus de Abrãao. Quem seguiu pela televisão o encontro bolsonarista do 25 de fevereiro talvez tenha percebido: não se falava nunca em Jesus Cristo, mas sempre em Deus, subentendido o Deus de Israel, donde uma identificação dos evangélicos com os israelenses (embora não sejam cristãos) a ponto de ostentarem e respeitarem a bandeira de Israel.

Nessa linha, os novos evangélicos são guerreiros do Bem contra o Mal, ou seja, defendem os valores vigentes ainda na metade do século passado sendo contra o aborto, contra o homossexualismo e contra o feminismo. Nos EUA, onde a colonização foi guerreira e a posse e o uso de armas é comum na população, há o risco de guerra civil, no caso de Trump ser derrotado ou não puder disputar a eleição presidencial. Ao que parece, pelo menos os fatos demonstram, a teologia guerreira do domínio, já transformada em partido político de extrema-direita e orientada no sentido de garantir a eleição de Bolsonaro, não funcionou com os evangélicos brasileiros, cujo pacifismo inato, mesmo no 8 de janeiro em Brasília, decepcionou os líderes golpistas.

Resta uma dúvida: por que Deus escolheu como líderes Trump, nos EUA, e Bolsonaro, no Brasil? Para isso há uma explicação: Deus unge ou escolhe pessoas que nem sempre são perfeitas. E logo é citado o caso do rei Davi, herói contra Golias, escolhido por Deus, mesmo se havia pecado no caso de Urias e Bethsaba, crime e adultério. Os pastores sabem que Deus escolheu Trump, nos EUA, mesmo com todos seus erros, e Bolsonaro, no Brasil, apesar de todas suas falhas e pecados.

Há alguma lógica ou racionalidade nisso? Não, nenhuma. Entretanto, os evangélicos poderão ultrapassar os 50% da população em 2050 e criar novas leis favorecendo seu credo conservador e fundamentalista. Não será uma exceção: o Irã é uma teocracia islâmica e o governo do Hamas em Gaza é uma teocracia islâmica. E Israel é quase uma teocracia. Rui Martins – Suíça

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Rui Martins é jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura. Criador do primeiro movimento internacional dos emigrantes, Brasileirinhos Apátridas, que levou à recuperação da nacionalidade brasileira nata dos filhos dos emigrantes com a Emenda Constitucional 54/07. Escreveu Dinheiro sujo da corrupção, sobre as contas suíças de Maluf, e o primeiro livro sobre Roberto Carlos, A rebelião romântica da Jovem Guarda, em 1966. Foi colaborador do Pasquim. Estudou no IRFED, l’Institut International de Recherche et de Formation Éducation et Développement, fez mestrado no Institut Français de Presse, em Paris, e Direito na USP. Vive na Suíça, correspondente do Expresso de Lisboa, Correio do Brasil e RFI.