Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 12 de janeiro de 2013

Trajectórias



“A Guiné Bissau não é caso único de crise no continente africano. O Mali, o Sudão, a República Centro-Africana, entre outros, são palcos de conflitos que penalizam tragicamente os respectivos povos.

Em outros, surgem sinais de esperança em dias melhores para as respectivas populações, que nos fazem encarar o futuro com otimismo. Talvez seja mais sensato falar em otimismo moderado. Em Moçambique e Angola, por exemplo, os governantes começam a dar sinais de preocupação e empenho na criação de condições para uma real melhoria das condições de vida das respectivas populações. Já tardava.

Não é aceitável que nos alvores do século 21, malgrado a pesada herança do colonialismo, milhões de seres humanos continuem a viver em condições de extrema pobreza, sem acesso aos mais elementares serviços de saúde pública, educação e saneamento, enquanto elites perversamente enriquecidas por despojos de guerra e comissões das corporações multinacionais se banqueteiam em luxos de marajás e de sultões.

Mas, apesar das persistentes notícias e imagens de pobreza e violência, África não é apenas um puzzle de tristes exemplos. Em vários países, como Cabo Verde, apesar dos incontornáveis reflexos da crise internacional, o caminho continua a ser a constante procura da melhoria das condições de vida para a população de um arquipélago pobre, mas que tem dado testemunho de seriedade e sensatez na gestão pública.

A crise que afeta grande parte do planeta coloca necessariamente em discussão os modelos econômicos prevalecentes, o sistema capitalista, a injusta concentração de riquezas, os monopólios do desenvolvimento tecnológico, os baixos investimentos em educação e saúde públicas nos países mais pobres e mais atrasados. A procura de novos caminhos para a construção de sociedades de progresso e de bem-estar é uma tarefa que nunca se completa, que nunca finda. Essa é uma busca incessante e uma luta que faz parte da natureza humana.” Alfredo Prado – Portugal – Angola - Brasil in “África 21”

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