Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Aldeia I

 
Estive uns dias ausente do reboliço da grande Lisboa, numa localidade que dista mais de 230 quilómetros da capital.
 
Esta povoação tem uma sala de espectáculos, faz inveja a muitas cidades portuguesas, que abre as suas portas uma vez por semana, às sextas-feiras, para apresentar um filme, normalmente estreado há relativamente pouco tempo nos grandes palcos mundiais.
 

Nesse dia, a sala de espectáculos transforma-se num cinema muito superior às “salas de pipocas” que encontramos nos centros comerciais de Lisboa e arredores. O bilhete tem um preço de apenas dois euros, bastante convidativo para que as pessoas acorram ao cinema, principalmente numa terra que é uma excepção no país, por haver muitos jovens.
 
Mas a realidade é bem diferente, o hábito de ir ao cinema perdeu-se e embora a sala seja de alta qualidade, o filme bastante recente, as pessoas não se deslocam para ver um espectáculo com um preço muito acessível, preferindo ficar em casa a coscuvilhar o que a televisão transmite através de camaras indiscretas dentro de uma casa algures.
 
Desta vez, além da minha pessoa e da minha companhia, só havia mais um casal, mas na anterior ida à mesma sala, tínhamos visto o filme sozinhos. Infelizmente a sociedade que se está a construir é oca e qualquer dia, justificando que os gastos não são úteis, fecharão a sala de espectáculos no único dia da semana que abre, basta ganhar nas próximas eleições, um político idêntico aos que proliferam pelos altos cargos no país. Baía da Lusofonia


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