Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 23 de julho de 2013

Aldeia II

 
Na mesma localidade em que as pessoas não gastam dois euros para ir ao cinema, um dos passatempos favoritos é o deslocarem-se de automóvel dentro da aldeia que se atravessa a pé em cinco minutos, quer seja para andar cem metros de casa ao emprego, para ir tomar o café ou para se dirigir à padaria, todos se deslocam de automóvel, raramente se vê uma pessoa a andar pelos seus pés e normalmente quando vislumbramos uma, é uma pessoa de idade que não tem automóvel.
 
Pelo que me contam esta originalidade é comum em toda a região e é preocupante, pois a fronteira próxima, levam que os automobilistas atestem o depósito em Espanha, deixando lá os impostos que fazem falta do lado de cá.
 
Mais preocupante é que a maioria da população vive de uma pensão da segurança social, sendo a grande maioria antigos agricultores que não contribuíram para o sistema, por não serem obrigados, tendo o direito a uma reforma sido uma conquista justa da revolução do 25 de Abril.
 
Quando assistimos na grande Lisboa ao encostar do carro à porta de casa, aos reformados a não comprarem passes sociais por não terem posses para tal luxo, devido aos preços actuais dos mesmos, estranhamente numa zona do país, considerada das mais pobres, cujo rendimento per capita está muito abaixo da média nacional, verificamos por vezes, pequenos engarrafamentos nas estreitas ruas, pois o automóvel é líder naquela região. Dá que pensar. Baía da Lusofonia


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