Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Contentores

Movimento de contentores nos portos de Leixões e Sines

A César…

Num país com a dimensão de Portugal, em que todos os intervenientes devem trabalhar para o bem comum, aparecem notícias na comunicação social que são normalmente apoiadas por lóbis regionais.

Citando um estudo feito por uma entidade espanhola, vem o porto de Leixões anunciar que é um dos 125 principais portos do mundo com maior volume de movimentação de contentores, sendo o único porto nacional a figurar nessa lista e ocupando o 5º lugar na Península Ibérica, após Valência, Algeciras, Barcelona e Las Palmas, curiosamente portos situados no mar Mediterrâneo.

De uma maneira falaciosa e sabendo que o mundo está em rápida mudança, vem o porto de Leixões, tentando salvaguardar-se, afirmar e passo a citar: “…é ainda o que maior índice de crescimento conseguiu…”. Na realidade, os números demonstram outros factos e no que concerne ao movimento de contentores, o porto de Sines já ultrapassou o de Leixões no 1º semestre de 2013.

Todos os portos nacionais são importantes, cada um tem a sua própria vocação, cabendo ao porto de Leixões a extraordinária tarefa de movimentar contentores, tanto no lado das exportações, como do lado das importações, pois a sua situação geográfica é de uma importância vital para as empresas industriais sediadas e concentradas no norte do país, sendo por isso de relevante importância para o comércio internacional português.

O porto de Sines tem essencialmente uma vocação diferente por ser de águas profundas dispondo de excelentes acessibilidades marítimas, com fundos naturais e não sujeitos a assoreamento, estando vocacionado para receber navios de grande porte dada a não existência de restrições de fundos de serviço.

A funcionalidade do porto de Sines no que se refere a contentores é principalmente para toda a mercadoria que se encontra em trânsito, como tal concorrente dos portos espanhóis do mar Mediterrâneo e principalmente dos grandes portos como Antuérpia, Roterdão e Hamburgo que se encontram juntos aos grandes centros industriais e pólos logísticos europeus.

Estudos já realizados aferem que uma mercadoria vinda de outro continente e entre na Península Ibérica por Sines com destino a Madrid, ganha dois dias em relação a qualquer porto do mediterrâneo, desde que a linha férrea esteja construída, com um percurso lógico, o mais directo entre o porto e a fronteira e com a funcionalidade de passar pelo aeroporto de Beja.

Sines está cada vez mais no centro do mundo, pois mercadorias oriundas de África, América ou Ásia, no seu percurso de ou para a Europa passarão sempre ao largo de Sines, transportadas por navios postpanamax, que só neste porto da faixa atlântica conseguem acostar, após a abertura do novo canal do Panamá.

No futuro, que esperamos seja mais breve possível, mercados como Madrid, Sevilha, Lyon, Milão e tantos outros no centro da Europa, quando Portugal conseguir e decidir criar as condições necessárias, optarão pelo porto de Sines como principal porto europeu, deixando royalties que actualmente enriquecem outros povos.

Voltando à reflexão inicial, apresento os dados de movimentação de contentores dos dois portos nacionais nos últimos cinco anos, tendo como origem a informação apresentada pelos sítios dos respectivos portos. Baía da Lusofonia

Movimento de Contentores nos portos de Leixões e Sines
Portos
2008
2009
2010
2011
2012
Jan - Jun
2012
2013
Mil TEU’s
VH (%)
Mil TEU’s
VH (%)
Mil TEU’s
VH (%)
Mil TEU’s
VH (%)
Mil TEU’s
VH (%)
Mil TEU’s
Mil TEU’s
VH (%)
Leixões
450
3,7
455
1,0
482
5,7
514
6,3
633
18,7
283
297
4,8
Sines
233
35,6
253
8,0
382
33,7
447
14,6
553
19,1
260
422
38,3





















 
       TEU’s – Unidade de medida de um contentor (twenty foot equivalente United)

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