SÃO PAULO – Pesquisa
realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostra
que, em 2013, a iniciativa privada investiu US$ 1,9 bilhão na infraestrutura
portuária ou em empreendimentos na área do Porto de Santos. Entre os projetos,
estão a ampliação e construção de terminais e um complexo industrial de
serviços destinados a atender à demanda da Petrobras.
Entre os terminais
privados, destacam-se a construção das instalações da Brasil Terminal Portuário
(BTP) na Alemoa, com recursos dos armadores Maersk, com sede na Dinamarca, e
MSC, com sede na Suíça, e o Ecoporto Santos, adquirido pelo Grupo EcoRodovias,
no Saboó, além da expansão do Terminal Açucareiro da Copersucar, todos na
margem direita do porto.
É de lembrar ainda a
recente inauguração do estaleiro Guarujá II, da Wilson Sons, que construirá
rebocadores e navios de apoio marítimo. O estudo levou em consideração também
iniciativas que só estão anunciadas como a ampliação do Terminal Integrado
Portuário Luiz Antônio Mesquita (Tiplam), o antigo terminal Ultrafértil, pela
Valor Logística Integrada (VLI), na área continental, e a instalação do Centro
de Tecnologia e Construção Offshore (CTCO) da Saipem, que vai atender às
plataformas de petróleo.
Seja como for, esses
investimentos demonstram que o Porto não para de crescer, ampliando sua
atuação. Nesse sentido, causa satisfação saber que a Companhia Docas do Estado
de São Paulo (Codesp) está empenhada em implantar até o início de 2015 o plano
que pretende supervisionar de forma automática a chegada de veículos
graneleiros ao cais santista. Tal controle será feito por câmeras e sensores
instalados nas rodovias e no complexo portuário, permitindo identificar os
veículos pesados em direção ao porto.
A princípio, o
monitoramento valerá para os caminhões com granéis de origem vegetal, mas a intenção
é abranger todos os veículos de carga. É o que prevê o programa Cadeia
Logística Inteligente (CLI), da Secretaria de Portos (SEP), que conta com R$
115 milhões para sua implantação em vários portos.
Como hoje as companhias
docas não passam de órgãos consultivos, já que todas as decisões emanam de
Brasília, o que se espera é que a SEP, a Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq), a Agência Nacional de Vigilância e Controle Sanitário
(Anvisa) e outros órgãos anuentes pelo menos parem de multiplicar normas.
Apesar de programas bem intencionados como Porto sem Papel, Porto 24 Horas e Janela
Única, a burocracia só faz crescer, com cada órgão fazendo mais exigências. Só
falta o governo federal, a exemplo do que se fez à época do regime militar
(1964-1985), criar uma secretaria ou ministério da desburocratização, a
pretexto de acabar com a burocracia. Mauro
Dias - Brasil
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Mauro
Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística
Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e
Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br
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