Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Moçambique - “Nós matámos o Cão tinhoso” comemora bodas de ouro

Em reconhecimento à sua importância no contexto da literatura e cultura moçambicanas, foi lançada, na passada segunda-feira 01 de Setembro de 2014, em Maputo, a versão da primeira edição do livro “Nós Matámos o Cão Tinhoso” da autoria do escritor Luís Bernardo Honwana, por ocasião das comemorações dos 50 anos desta obra literária.

Publicada em Março de 1964, a obra representa um marco na dinâmica da literatura moçambicana, cuja relevância e estética são testemunhadas pelo resgate e elevação ao estatuto de principal fonte dos textos de ficção narrativa que povoam os manuais escolares dos primeiros anos após a Independência nacional.

A reedição do “Nós Matámos o Cão Tinhoso” resulta das actividades de investigação e extensão da Universidade Eduardo Mondlane, em parceria com a AEMO-Associação dos Escritores Moçambicanos e a editora Alcance Editores, com o apoio institucional da maior operadora de telefonia móvel do País, a mcel.

Intervindo na cerimónia de lançamento da nova versão da obra, Felícia Nhama, disse, em representação da mcel, que “a operadora é uma empresa cem por cento moçambicana, daí que a nossa aposta no apoio à cultura, particularmente à literatura, constitui um desafio muito grande para a promoção e elevação da identidade nacional”.

“Este lançamento, ocorre numa ocasião inestimável, que é a comemoração dos 50 anos desta obra, que marcou a revolução e o desenvolvimento da literatura moçambicana e reiteramos, por isso, mais uma vez, os nossos agradecimentos pela honra de estarmos presentes neste momento de grandes memórias da literatura e história do nosso Moçambique”, frisou Felícia Nhama.



Por sua vez, o secretário-geral da AEMO, Ungulani Ba Ka Khosa (pseudónimo de Francisco Esaú Cossa), considerou que o livro “Nós Matámos o Cão Tinhoso” constitui obra maior da nossa literatura, razão pela qual “não pode ser abandonado em qualquer apeadeiro desta ferrovia literária. Ele tem que ocupar a carruagem da primeira classe junto às grandes obras do nosso universo literário”.

“Que o nosso Ministério da Educação assuma duma vez por todas, que, no edifício do nosso saber, “Nós Matámos o Cão Tinhoso” tem a sua cadeira por direito próprio. Não é um favor que prestamos ao autor, é um tributo que prestamos à nossa cultura”, frisou.

Usando igualmente da palavra, o autor da obra, Luís Bernardo Honwana, realçou que o livro é ainda hoje celebrado, porque continua a interessar mesmo àqueles para quem os grandes resultados da saga do 25 de Setembro são, nas suas vidas, um dado adquirido.

O escritor reconheceu que a longevidade deste livro é feita, sem dúvida, pelo interesse do público que justifica sucessivas edições e traduções, mas sobretudo pelo favor da crítica.

“Efectivamente, é grande e variada a produção ensaística que este livro tem suscitado ao longo desde 50 anos. Muitos dos textos estão marcados pelas polémicas que o aparecimento do livro levantou no ambiente peculiar de um país colonizado que éramos então, mas desde cedo a crítica mais esclarecida identificou nesta pequena colecção de contos, aquilo que certamente a faz transcender o tempo, o lugar e o quadro histórico em que foi produzida”, finalizou.in “Olá Moçambique” - Moçambique

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