Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Namíbia – Um palco para os interesses chineses em África

NPO Amazonas (P120)
Recentemente, o jornal The Namibian relatou a existência de uma “carta confidencial do embaixador da Namíbia para a China, Ringo Abed, ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Namíbia, afirmando que uma delegação chinesa vai visitar a Namíbia para discussões sobre o caminho a seguir, relativo ao plano proposto de uma base naval em Walvis Bay”, base onde se encontra actualmente o Navio Patrulha Oceânico Amazonas da armada brasileira.

Os relatórios dizem que Pequim tem dito a diplomatas namibianos, que uma “presença naval chinesa irá dissuadir qualquer ameaça, seja por pesca ilegal ou ações de contrabandistas.” A China está no Oceano Índico baseada na estratégia de uma base naval (String of Pearls), para proteger o país no século 21. Uma nova “Rota da Seda marítima” parece que agora se estende por todo o caminho do Atlântico Sul.

O comércio anual da China com a África aumentou 11 vezes na década de 2013, superior a US$ 200 bilhões e empresas do país investiram no continente. Entre outros ativos, possui uma mina de urânio na Namíbia e está construindo estradas no Quênia, fornecendo trens de carga para a África do Sul.

The Military Balance 2015 avalia que existem atualmente 25 navios de origem chinesa em serviço nas marinhas e guardas costeiras africanas. Isso faz com que a China, de longe, seja o maior exportador naval asiático para os estados africanos, seguido por Taiwan com seis navios atualmente em serviço com as marinhas africanas.

Como a China continua a garantir contratos de exportação de defesa e, como a capacidade de construção naval nacional em países como a Índia amadurece, há maior potencial de concorrência entre países asiáticos para contratos navais africanos.

Desde contribuição inicial da China para atividades anti-pirataria, o país aumentou muito na cooperação marítima com a África, realizando exercícios com a Tanzânia e fornecendo navios de guerra para a Marinha nigeriana.

Alguns observadores dizem que os interesses crescentes da China e o envolvimento na África não conduzem necessariamente à criação de bases navais chinesas em ou perto do continente. Para abastecer seus navios, a marinha chinesa pode muito bem continuar usando o modelo comercial-diplomático que a China vem desenvolvendo. A China não pode estabelecer bases militares no exterior, mas pode ser capaz de manter a expansão de sua presença naval em torno de África.

A população chinesa de Madagáscar cresceu cinco vezes ao longo da última década para um número estimado de 100.000 pessoas, tornando-se a terceira maior comunidade chinesa em toda a África.

Walvis Bay
O afluxo maciço de imigrantes chineses e investimento na África, representam obstáculos significativos para o desenvolvimento dos Estados Unidos e de esforços contraterrorismo na região. Os esforços chineses exacerbam as tensões existentes sobre recursos naturais escassos, apoiam regimes corruptos e consolidam ainda mais o “status quo” que provou ser um terreno fértil para o extremismo islâmico.

Com a estimativa de um milhão de cidadãos chineses que residem atualmente na África, alguns observadores temem esse fenômeno representa uma espécie de neocolonialismo chinês. Luiz Padilha - Brasil In “Defesa Aérea e Naval”

Sem comentários:

Enviar um comentário