Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Grécia - Porto do Pireu ruma para a privatização

Quando em 2008 a empresa Piraeus Container Terminal, subsidiária da chinesa Cosco Group, assumiu a concessão dos terminais II e III do Porto do Pireu, uma fase de crescimento sustentado alterou a importância do principal porto grego que se encontrava num estado de estagnação, passando rapidamente a ser, depois de Algeciras e Valência, o 3º porto de contentores do Mediterrâneo, sendo hoje a porta do movimento de mercadorias entre o Oriente e a Europa através do canal do Suez.

Dados de 2013, colocam o porto de contentores do Pireu no 43º lugar a nível mundial e o sétimo europeu com 3163755 TEUs, (unidade equivalente a um contentor de 20 pés) enquanto, como comparação, o porto de Sines, o principal porto português, está classificado no 115º posto com 931036 TEUs.

A relevância dos números gregos deve-se ao trabalho desenvolvido pela Piraeus Container Terminal após um crescimento de 70% em 2012 e de 20% em 2013, cabendo a esta entidade 79,6% do total do movimento portuário de contentores e os restantes 20,4% à Autoridade Portuária grega. No ano de 2014 a Piraeus Container Terminal teve um aumento de 18,5% face ao ano de 2013.

Nos últimos cinco anos, altos signatários chineses têm visitado esta infraestrutura e no passado mês de Setembro de 2014 a Cosco anunciou um investimento de 230 milhões de euros, a aplicar num prazo de sete anos na ampliação do Terminal III, quando já estava em negociações com o governo grego da altura para a privatização de 67% da Autoridade do Porto do Pireu (APP).

O novo governo grego anunciou no início deste ano a suspensão da privatização do porto do Pireu e de outras infraestruturas como 14 aeroportos regionais, mas agora, perante a pressão dos seus parceiros europeus, veio anunciar a privatização de 51% da Autoridade do Porto do Pireu, com uma opção para chegar aos 67% num prazo de cinco anos.

Quatro empresas que já tinham manifestado interesse na privatização da APP foram convidadas pelo governo grego a apresentarem propostas pela compra. São elas a chinesa Cosco Group, que já opera nos terminais II e III, a dinamarquesa APM Terminals pertencente à A.P.Moller Maersk, a filipina International Container Services e a americana Ports America que entretanto desistiu da privatização.

A Cosco Group parte como favorita e a China não vai perder a oportunidade de alicerçar a sua posição a oriente da Europa, depois de já ter salvaguardado as posições estratégicas na rota para o mar Vermelho, protegendo-se dos possíveis actos de pirataria que assolam o trajecto da China para o Mediterrâneo. Baía da Lusofonia

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