Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Brasil – Mercado árabe procura sapatos brasileiros

São Paulo – Os países árabes são presença cada vez mais certa quando a feira no Brasil é voltada para o setor de calçados. Eles também não faltam no discurso e nos planos dos produtores brasileiros de sapatos que querem crescer no mercado internacional. Na Francal, feira de calçados e acessórios que ocorre na capital paulista até hoje quinta-feira, 09 de julho de 2015, há importadores árabes e há indústrias prontas para vender mais a eles.

Bhavesh Shah, gerente para as marcas da Landmark Group, dos Emirados Árabes Unidos, estava nesta terça-feira (07) no estande do grupo Paquetá na Francal para fazer suas encomendas. A Landmark tem franquias da marca brasileira Dumond, da Paquetá, no Oriente Médio, e Shah é responsável por elas. Ele adquire entre 35 mil e 40 mil calçados Dumond a cada seis meses. Além da Dumond, o grupo Paquetá é também dono das marcas Capodarte e Lilly’s Closet.

O grupo Landmark tem uma grande operação no setor de calçados no Golfo Arabico, com duas mil lojas na região, além da Índia e Egito. Elas são franquias de marcas de diferentes partes do mundo e lojas próprias da Shoe Mart. Na Francal, Shah elogiou os calçados brasileiros, falou que têm boa qualidade, design, conforto e uma boa estrutura.

Além do grupo Landmark, a Francal convidou outros importadores dos Emirados, além de compradores da Arábia Saudita, Egito, Kuwait, Líbano e Sudão. Eles foram chamados pela organização da mostra como parte de um grupo de mais de 200 importadores, com hospedagem gratuita.

Entre as marcas expositoras na feira, grande parte tem expectativa positiva sobre exportações e deposita parte da estimativa de crescimento no mercado árabe. No estande da empresa Jorge Bischoff, a responsável pela exportação de private label, Glaci Harnwell, contou que a indústria prevê passar a exportação de 20% da produção para 30% este ano.

Ela afirmou que a valorização do dólar tornou os preços da marca muito competitivos em relação aos concorrentes. Os produtos da Jorge Bischoff são vendidos em regiões como África, América Latina e Europa. No mundo árabe, a empresa exporta para Líbano e Arábia Saudita e tem contatos para vender ao Catar, Bahrein, Emirados, Egito, Tunísia e Kuwait.  A Jorge Bischoff atende boutiques e Harnwell afirma que os produtos combinam muito com o gosto árabe, já que são de qualidade, usam pedraria, brilho, cores e mistura de materiais.

A empresa Raphaella Booz, outra expositora da Francal, espera aumentar suas exportações em 15% em 2015. Marcos Vinicius Booz da Silva, do Departamento de Exportação, afirma que o cenário econômico atual é propício para a exportação e que a Raphaella Booz pretende investir principalmente em países que usam muito o dólar nas transações comerciais, como é caso do Oriente Médio. Silva explica que em alguns países a moeda local, assim como o real brasileiro, também se desvalorizou bastante em relação ao dólar e por isso os preços não ficam vantajosos.

A empresa exporta principalmente para América Latina, para países como Bolívia, Paraguai, Equador e Colômbia, além de Estados Unidos e Sul da Europa. No mundo árabe, a marca vende para Emirados e Líbano, mas tem contatos para começar a exportar mais para a região. Silva afirma que se o dólar se mantiver no atual patamar ou se valorizar um pouco mais, será possível aumentar bastante as exportações.

Em material divulgado, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) abordou as vendas para os Emirados Árabes Unidos como destaque positivo. Segundo dados da entidade, o Brasil exportou 946,8 mil pares de calçados para o país árabe de janeiro a maio, com crescimento de 33% sobre o mesmo período de 2014.

O presidente da Abicalçados, Heitor Klein, afirmou à ANBA que a indústria está sendo surpreendida pelo interesse dos mercados árabes no calçado brasileiro. Os paises da região não foram incluídos como mercados alvo no projeto de promoção internacional que a Abicalçados leva adiante em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para o período atual, 2015 e 2016, mas ele acredita que na próxima etapa eles serão. “As empresas estão solicitando ações na região”, diz. Isaura Daniel – Brasil in “Agência Notícias Brasil-Árabe”

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