Posicionar Lisboa num patamar
de sublimidade turística através de uma exposição denominada de LisbonMuse é o principal objetivo da POMOcreat em coprodução com a Junta de Freguesia do Areeiro, a Central Models
e a CEMUSA.
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Calíope (musa da
eloquência e da poesia épica) & Fundação Portuguesa das Comunicações
«E agora, tu, Calíope, me ensina…», pede
o poeta n’Os Lusíadas. O cuidado em adequar o discurso aos objetivos do que se
quer comunicar é uma regra de ouro.
Ensinar, Deleitar e Comover são
princípios da retórica clássica a não perder de vista: Comunicar é transmitir
informação em quantidade e de qualidade, de forma agradável e cuidada, para que
o interlocutor possa mudar de estado de espírito.
E quem melhor para moldar o espírito que
a musa do bem falar?
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A exposição apresenta-se sob a
forma nove momentos artísticos
mitológicos, expostos em doze
MUPIS, em espaços públicos da cidade de Lisboa.
A primeira vez que a exposição
foi exposta ocorreu no passado dia 18 de abril, no Largo Duque do Cadaval, com
o apoio da REFER e da Estação Ferroviária do Rossio; seguiu-se uma nova apresentação
no dia 20 de agosto, no Largo da Luz, com o apoio da Junta de Freguesia de
Carnide.
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Polímnia (musa dos hinos sagrados e da narração de histórias) &
Museu do Oriente
Do Oriente vem o Sol. De lá também os
mistérios. Os olhos da Europa, que jaz deitada à maneira de Camões e de Pessoa,
vêem o Atlântico e anseiam pelo Índico e pelo Pacífico
Para descobrir o exótico ou a serenidade
introspetiva do Oriente também é preciso inspiração. Uma inspiração cuidada de
quem quer ouvir e contar. Aprender em comunhão divina.
Na rota de todas as Índias contadas, só
Polímnia nos pode falar e dar voz.
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A ideia original do
investigador de Mitologia Greco-Romana, André
Ferreira, de associar nove espaços culturais/educacionais da cidade de
Lisboa às faculdades das nove musas do Olimpo, só pôde ser concretizada graças
ao apoio de nove entidades culturais de Lisboa e à participação de várias áreas
artísticas distintas.
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Érato (musa da poesia romântica) & Palácio dos Marqueses de
Fronteira
Os jardins são a natureza à nossa
dimensão. Aquela que nos permite deambular em harmonia com o que nos rodeia.
Se, aqui e ali, houver estátuas e fontes,
se houver azulejos azuis e brancos com cenas de um tempo de tricórnios e saias
armadas, o espírito vagueia longe do mundo material do século XXI, para o
imaginado de um qualquer século XVII.
Só o amor nos desvia tanto do que nos
rodeia. Só Érato pode fazer o nosso olhar brilhar tanto, como príncipes e
princesas de um palácio de encantar.
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A Culturgest, a Fundação
Portuguesa das Comunicações, o Lisboa
Story Centre, o Museu da Água, o
Museu da Carris, o Museu do Oriente, o Padrão dos Descobrimentos, o Palácio dos Marqueses de Fronteira e o Teatro
Tivoli BBVA foram os espaços participantes.
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Euterpe (musa da poesia lírica e da música) & Museu da Água
Da água a vida. Fontes, nascentes,
ribeiros, rios, mares e oceanos são vida, porque só
ela tem esse condão. Em
Lisboa, há o Tejo e Alfama, a atração dos homens que primeiro a habitaram.
Para quem a vida é um conjunto milagroso
de harmonias, a melhor imagem de água é a música que ela canta nos ribeiros ou
marca com ritmo no bater das ondas.
A música e a poesia de Euterpe são a
descrição da harmonia do Universo, do som das estrelas de que nasceu o planeta
azul, azul ou verde. Como água.
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Paulo
Julião (autor dos figurinos), Magali Santana (maquilhagem e cabelos), Ana Pessoa (fotografia), Francisco
Martins (foto-ilustração), Luís
Covas (design gráfico) e Pedro Falé
(audiovisual) foram os seis profissionais convidados para materializar a arte
do LisbonMuse.
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Melpómene (musa da
tragédia) & Museu da Carris
Transportar é dominar o espaço.
Reconhecer obstáculos e minimizá-los como nas voltas da vida. A presença de
musas é sempre necessária. Sem inspiração não há caminho.
A tragédia é a vida como ela é. Como a
necessidade de saber escolher um caminho e terminar num beco ou numa avenida.
Mas na tragédia não há retorno e na cidade há sempre outro percurso.
Melpómene traz o aviso de que é sempre
avisado pensar antes de escolher. E afinal, contra a musa, se a opção tiver
sido errada, há sempre outra vida, outro caminho.
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Nove personalidades femininas
da Central Models incorporaram as míticas musas do Olimpo: Adriane Garcia (foi Terpsícore - Musa da Dança); Ana Luísa Barbosa (foi Tália - Musa da
Comédia), Ana Rita Clara (foi Melpómene - Musa da Tragédia), Astrid Werdnig (foi Euterpe - Musa da Música), Débora Montenegro (foi Érato - Musa da Poesia Romântica); Raquel Prates (foi Clio - Musa da
História); Sandra Coias (foi
Polímnia - Musa da Poesia Sagrada); Telma
Santos (foi Calíope - Musa da Eloquência) e Yolanda Lobo (foi Urânia - Musa da Ciência).
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Urânia (musa da astronomia, da astrologia e das ciências exatas)
& Padrão dos Descobrimentos
Para os capitães e tripulações, o
mistério dos mares só podia ser desvendado com ajuda divina. A devoção não era
só mística, dependia de uma capacidade de ação, nascida de uma inspiração
inteligente.
Conhecer as estrelas, calcular as
distâncias, desenhar as linhas costeiras exigia dos homens uma ciência, um
saber que ensinasse as leis do Universo.
Urânia é a nossa musa e só com ela e
através dela, como o Infante, rasgamos os horizontes.
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A fadista Liana, que através do seu "Fado da Despedida (Lisboa foi o meu
fado)" contribuiu para a projeção do LisbonMuse através de um vídeo que,
ao circular, permite difundir a Lisboa Olímpica pelos meios audiovisuais e
chegar aos quatro cantos do mundo. O escritor Nuno Verdial Soares, foi
o autor dos textos que acompanham toda a exposição, fazendo relembrar que
Lisboa é uma cidade verdadeiramente inspiradora. A atriz Joana Seixas (embaixadora da exposição) é o rosto e alma da
Exposição – representando a cidade
que serviu de mote ao LisbonMuse – a
cidade de Lisboa.
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Clio (musa da história e da criatividade) & Lisboa Story Centre
Clio tece concentrada e pacientemente a
História dos homens. Cada fio entrelaçado muda a trama e vai fabricando o
tecido que vemos, ingénuos, como obra final.
A
História faz-se de grandes feitos empenhados, mas também de distrações. Faz-se
de homens e dos seus tempos e locais. Aos poucos. Sem pressa.
A musa está vigilante: tudo é composição,
tudo é narração. É preciso aprender a lê-la.
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A exposição LisbonMuse
encontra-se em formato bilingue, é gratuita, encontra-se isenta de horários de
visita, apoia a cultura e a arte portuguesa, foi realizada sem qualquer apoio
financeiro, não tem qualquer fim lucrativo e teve o apoio institucional de
várias entidades públicas e privadas.
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Tália (musa da comédia) & Tivoli BBVA
À
noite saem as bacantes e invocam sonhos e histórias que despertam nos homens
terror ou riso. No «boulevard» parisiense de Lisboa, na Avenida, o teatro é a
expressão da civilização do Ocidente.
Tália inspira autores, encenadores,
atores, técnicos de luz e som, cenógrafos e produtores. Era uma vez no palco,
uma história que nos alheia de um quotidiano menos elevado.
O Teatro é a única arte que, em cada
momento em que acontece, nos mostra o Homem sob várias perspetivas em
simultâneo. À musa cabe desdobrar a sociedade e a personalidade de cada um de
nós.
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Face ao forte apoio por parte
dos media a exposição tem sido alvo de vários convites para poder ser explorada
em diferentes vias públicas da cidade de Lisboa.
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Terpsícore (musa da dança) & Culturgest
O palco em honra da beleza do movimento.
A leveza dos pés dos dançarinos transporta a sala para um universo imaterial. O
homem levita e, de repente luta com gestos decididos, mas estudados e
harmoniosos na contra cadência do quotidiano.
Terpsícore exige beleza e espetáculo. Elevação
e método em cada gesto. O auditório e a audiência envolvem-se neste exercício
estético que da musa recebe cada impulso de inspiração.
Aqui somos homens que se movem em pleno.
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A partir do 20 de novembro
(até ao dia 20 de dezembro) a Junta de
Freguesia do Areeiro através do LisbonMuse irá recriar um cenário onírico e
fantasioso numa das praças mais emblemáticas da capital portuguesa – a Praça de Londres - que não deixará
indiferente o mais comum dos mortais.
O
LisbonMuse poderá ser acompanhado em https://www.facebook.com/MuseLisbon
Textos
poéticos de Nuno Verdial Soares
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