Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

África - Indicador de Capacidade Estatística

A dificuldade de acesso a informação fidedigna em África, extensiva aos próprios Governos, levou o Banco Mundial a elaborar o Indicador de Capacidade Estatística, instrumento que mede o engenho dos estados para recolher, analisar e divulgar dados sobre as suas populações e economias. O resultado coloca Angola no top 10 dos países estatisticamente menos aptos. Três países membros da CPLP nos 10 estados africanos com dificuldades em disponibilizar informação estatística credível.

Sede INE Angola
Com um desempenho estatístico abaixo da média verificada nos demais países da África subsaariana, Angola está na lista dos 10 estados africanos menos capazes de disponibilizar indicadores credíveis, revela o Banco Mundial. “O país enfrenta dificuldades fiscais, com uma quebra inesperada de 30 mil milhões de dólares nas receitas de 2015, ano marcado por expressivos cortes orçamentais”, assinala a instituição, lembrando que apesar dos planos para revitalizar a produção agrícola nacional, os números do sector continuam a ser uma incógnita.

Esta realidade está contudo longe de ser exclusiva dos angolanos, avisa o Banco Mundial, estendendo o problema a outros estados da região. “Até os próprios Chefes de Estado desconhecem o que se passa nos países que lideram”, analisa a instituição, enumerando algumas das lacunas identificadas.

“Faltam dados elementares sobre natalidade, mortalidade, taxas de desemprego, desempenho económico, impostos e gastos públicos”, lamentam os especialistas, defendendo que “não há país que evolua sem informação fidedigna”.

A convicção é reforçada por Anim van Wyk, da Africa Check, organização especializada na verificação de dados, com base na África do Sul. "As estatísticas são determinantes para a tomada de decisões políticas, além de influenciarem a capacidade de medição das metas traçadas”, assinala a responsável à cadeia germânica Deutsche Welle, recordando porém que os custos associados são expressivos. “Um Censo pode custar pelo menos um dólar por pessoa”, calcula Anim, com a realidade nigeriana bem presente. “Os 160 milhões de habitantes da Nigéria custariam 160 milhões de dólares”.

O preço a pagar pelo rigor estatístico torna-se contudo incomportável para muitos estados, reconhece o Banco Mundial na apresentação do seu Indicador de Capacidade Estatística. A medida, que contabiliza as fontes, os métodos e a frequência da recolha de dados, compromete não apenas o conhecimento sobre Angola, mas também sobre outros nove estados. Por ordem decrescente de debilidade estatística:

10. Somália
9. Líbia
8. Eritreia
7. Sudão do Sul
6. Gabão
5. Guiné-Equatorial
4. Guiné-Bissau
3. Botswana
2. Djibuti
1. Angola

In “Novo Jornal” - Angola

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