Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 17 de abril de 2016

China – Estreitar laços culturais com Portugal

O Governo Central chinês ambiciona “reforçar” o intercâmbio cultural com Portugal, realçando o “papel especial” de Macau na ligação entre as duas partes. A garantia foi dada pelo presidente do Instituto Cultural, à margem da assinatura do plano de cooperação cultural com a China, válido até 2018, e da entrega de verbas a três herdeiros representativos do património intangível de Macau

O vice-ministro da Cultura da República Popular da China (RPC), Ding Wei, visitou Macau para revalidar o plano de execução de intercâmbio cultural e de cooperação com Macau, que estará em vigor até 2018. Além de assegurar a continuidade da parceria cultural, Ding Wei revelou também que o Ministério da Cultura chinês está interessado em “reforçar” o intercâmbio com Portugal através de Macau, que terá um “papel especial” enquanto plataforma.

“O vice-ministro da Cultura da China disse que só Macau é que pode desempenhar o papel de ligação entre as duas partes por causa da história que tem com Portugal, como por exemplo, a língua, os hábitos e o conhecimento do ambiente de Macau”, garantiu o presidente do Instituto Cultural (IC). Ung Vai Meng escusou-se a tecer mais pormenores pelo facto da proposta ainda estar a ser pensada e estruturada, porém, asseverou que “em 2020 vai acontecer alguma coisa”.

“Macau pode ter um papel especial nesta cooperação, e de certeza que é a melhor escolha”, frisou o presidente do IC, à margem da assinatura do plano de intercâmbio cultural com a China.

A cerimónia, que decorreu ontem na Casa do Mandarim, validou por mais dois anos um acordo que já data de 2006, e que visa formular projectos nas várias vertentes culturais: fóruns de discussão regulares, intercâmbio de pessoas e oportunidades de cooperação. “Durante estes 10 anos, os projectos têm corrido muito bem. Mas, 2016 é um ano muito especial por causa da reestruturação do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais em que o IC assumiu a gestão de algumas competências”, começou por explicar Ung Vai Meng.

Nesse sentido, sublinhou, “a nossa responsabilidade é maior até porque temos em mãos mais projectos culturais e, para isso, precisamos de contar com o apoio do Ministério da Cultura da RPC”.

Um dos objectivos do referido plano de cooperação é incentivar a integração cultural e promover um objectivo comum de identidade cultural, para que as actividades do território sejam apresentadas no Interior da China e que a cultura chinesa vá mais além. “Queremos que entidades como a Orquestra de Macau e a Orquestra Chinesa possam representar a China para o mundo”, explicou.

Por outro lado, o plano permite a formulação de relatórios sobre os itens representativos do património cultural intangível de Macau e os respectivos herdeiros. Por isso, a Casa do Mandarim serviu também de palco para a cerimónia de entrega de verbas pelo Governo da RPC aos herdeiros. Neste caso, foram contempladas três personalidades: Tsang Tak Hang, herdeiro representativo da escultura de ídolos sagrados; o herdeiro da música ritual taoísta, Ng Peng Chi, e Nh Wing Mui, herdeira das Naamyam Cantoneses.

Sem avançar com montantes, o presidente do IC considerou que é, antes de mais, “um gesto simbólico muito importante”. “O Ministério da Cultura da China está a encorajar e a apoiar estes sucessores”, apontou. O apoio financeiro visa incentivar os herdeiros a realizar actividades de formação e transmissão da arte que representam. 

Além daquelas tradições, também integram a lista do património intangível de Macau o Chá de Ervas, a Ópera Yueju (ópera cantonense), o Festival do Dragão Embriagado; A-Má, crenças e costumes e Na-Tchá. Catarins Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

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