Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 26 de abril de 2016

Macau - Em português nos entendemos?

O ensino do português vai continuar a ser uma aposta do Governo do território, garantiu o Chefe do Executivo aos deputados, no hemiciclo do território. Apesar das boas intenções e do esforço desenvolvido ao longo dos últimos anos, a falta de quadros bilingues continua a ser um problema, reconhece Chui Sai On.

O território quer assumir-se como um centro de formação de língua portuguesa na região da Ásia-Pacífico, reiterou na sexta-feira o Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, na Assembleia Legislativa.

Lembrando que em Macau já existe “uma certa base” no ensino do português, Chui Sai On defendeu que o território “tem condições para ser uma base de formação” para a bacia da Ásia-Pacífico. O Chefe do Executivo definiu mesmo o ensino do português como um dos objectivos estratégicos do Governo para os próximos anos.

Chui não excluiu a possibilidade das autoridades de Macau poderem vir a contratar mais professores em Portugal, sublinhando “o bom relacionamento” com Lisboa.

O Chefe do Executivo falava na Assembleia Legislativa, numa sessão de respostas aos deputados em que foi questionado sobre o objetivo, estabelecido por Pequim, de tornar Macau numa plataforma de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa.

O apoio de Pequim ao desenvolvimento do papel de Macau como ponte entre a República Popular da China e a lusofonia consta do XIII Plano Quinquenal chinês, aprovado recentemente, o que foi lembrado por diversos deputados.

Cheang Chi Keong, evocou a este propósito, a falta de quadros bilingues – português e chinês – e quis saber como é que o Executivo pretende responder a este problema.

Chui Sai On reconheceu que esta é uma questão central e deu como exemplo o próprio Governo, reconhecendo que faltam actualmente 126 tradutores no seio da máquina da função pública para responder às necessidades.

Garantindo que o executivo “tem dado toda a atenção” a esta questão e que o número de alunos a estudar português em Macau cresceu 20 por cento no actual ano lectivo, Chui Sai On vincou que é preciso apostar no ensino da língua portuguesa nas escolas não superiores e apoiar ainda mais as escolas privadas na criação de oferta de ensino do português.

O Chefe do Executivo referiu ainda que o estudo do português é uma opção dos estudantes e encarregados de educação e que “muitos” preferem escolher estudar chinês e inglês.

A este propósito, prometeu a adopção de medidas para incentivar mais estudantes a optar pela língua portuguesa, incluindo alargar o âmbito de bolsas de estudo, como as destinadas a estudar em Portugal e noutros países.

Nas respostas que deu aos deputados, Chui Sai On revelou que o primeiro plano quinquenal de Macau será divulgado já amanhã, a fim de ser submetido a consulta pública. O objectivo da iniciativa passa por recolher contributos para elaborar o documento final. In “Ponto Final” - Macau

Sem comentários:

Enviar um comentário