Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 3 de julho de 2016

Portugal – Os portugueses e os bancos

Há alguns dias um amigo que já não via faz imenso tempo ao ver-me na rua correu para mim um pouco excitado.

“A Caixa, já viste a Caixa?”, Começou ele, para depois desenvolver sobre as notícias que a comunicação social tem ultimamente dissertado sobre a Caixa Geral de Depósitos.

A preocupação dele era grande, não fosse um quadro superior bancário de outra instituição. Depois de desenvolver os seus tormentos continuou: “Vê lá tu, tinha uma conta na Caixa, onde ia colocando umas poupanças, que eram superiores a três mil euros para não ter custos de manutenção e recebi uma carta a dizer que esse valor passava para os cinco mil euros. Loucos!” Dizia ele, “Para abrir na altura a conta foi só facilidades, agora que a encerrei, tive levar todos os familiares que tinham lá a assinatura, eu, a minha mulher, o meu pai, a minha mãe, até o "bobi" foi connosco para não ficar sozinho em casa, ficando preso pela trela a um banco do jardim.”

Mas, interrompi-o eu, ao depositares o dinheiro em qualquer banco não estás a fazer um empréstimo, agora gratuito, a esse banco para ele depois investir em grandes quantidades em negócios rentáveis e com isso tirar rendimentos para no fim ter lucros?

“Quais quê!” Retorquiu ele. “ Eu agora vou passar a guardar o dinheiro em casa, sempre é mais seguro que esta corja que anda por aí!”.

Despedi-me e fui a pensar nas últimas palavras dele, semelhantes a outras que vou ouvindo, principalmente quando me desloco ao comércio tradicional, de pessoas a afirmar que é mais seguro guardar a poupança em casa.

O Banco de Portugal vem afirmando que os portugueses, desde que entraram no euro, estão a poupar muito menos, que a tendência de queda é constante e bastante inferior ao período antes da adesão à moeda única europeia e muito abaixo da média da zona euro. Não será outra a realidade? Baía da Lusofonia

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