Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Moçambique – Cabo Delgado elege o algodão e a castanha de caju para maior rendimento dos agricultores

A província de Cabo Delgado elegeu duas culturas de rendimento como apostas do Governo, nomeadamente algodão e castanha de caju, cuja produção deve ser maximizada pelos produtores.

Pretende-se com a iniciativa criar emprego, aumentar a renda nas famílias e induzir mudança estrutural da agricultura nesta região do país.

Para o efeito, o Governo provincial organizou, semana finda, a Conferência Internacional do Algodão e Castanha de Caju, tendo juntado, na mesma sala, produtores, fomentadores, especialistas e extensionistas das tais culturas, membros do Executivo, agentes económicos, entre outros participantes, para discutirem estratégias de maximização da produção destas culturas.

A governadora de Cabo Delgado, Celmira da Silva, que orientou os trabalhos, disse que a província dispõe de 5,6 milhões de hectares de terra arável, mas apenas 1,8 milhão desta área é explorada. Indicou que para investimentos estão já disponíveis 569 mil hectares de terra própria para agricultura à espera que sejam cultivados.

Actualmente, de acordo com a governadora, as duas culturas representam 5,4 por cento do PIB da província e, apesar das condições agro-ecológicas favoráveis para a produção do algodão e castanha de caju, os níveis de produtividade por hectare e por árvore ainda são baixos. Por exemplo, a produção do algodão por hectare é de 600 quilogramas.

“Os nossos níveis de produção actuais estão na ordem das 24 mil toneladas de ambas as culturas e, por isso, precisamos de encontrar alternativas técnicas e parceiros para modernizar os sistemas de produção orientados para os mercados interno e externo, além de desenvolver redes de comercialização eficazes, viabilizar e instalar unidades industriais de têxteis” – indicou Celmira da Silva.

Num outro desenvolvimento, Celmira da Silva disse acreditar no investimento de grandes empresas do sector, na agilidade das pequenas e médias empresas e nas parcerias entre o sector familiar e o empresarial, que podem melhorar a produção daquelas culturas e atingir com êxito os objectivos de incremento que se pretendem no sector agrário para alavancar a economia da província.

Enquanto isso, Peter Masawe, especialista na produção da castanha de caju e pesquisador do Centro de Caju de Naliendele, em Mtwara, na República Unida da Tanzania, revelou que Moçambique já foi o maior produtor da castanha de caju de África, seguido da Tanzania, uma posição que perdeu na década de 1980. Masawe referiu que, nos últimos anos, o país tende a melhorar sua produção.

Entretanto, o delegado do Instituto Nacional do Caju (INCAJU), Adelino Tadeu, fez saber que a província espera comercializar, este ano, mais de 12 mil toneladas e tratar 1500 cajueiros contra pragas. Afirmou que, em Cabo Delgado, o distrito de Nangade é líder na produção daquela cultura, seguido de Mueda.

Por seu turno, Mário Vasconcelos, delegado do Instituto de Algodão de Moçambique (IAM), indicou que a província espera produzir, na presente safra, 50 mil toneladas contra 18 mil da campanha finda. A fonte revelou que irregularidades de chuvas, escolha pelos camponeses de culturas mais remuneradas como gergelim e feijões concorreram para a fraca produção na última safra. Jonas Wazir – Moçambique in “Jornal de Notícias”

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