Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Lusofonia - Consórcio vai realizar estudo sobre o ensino do português como língua de herança

O consórcio é composto pelo Camões, IP e pelas universidades de Lisboa, Nova de Lisboa, Porto, Minho, Lancaster (Reino Unido) e Tübingen (Alemanha). No seu âmbito, vão ser estudados durante cinco anos, cerca de 300 mil textos de alunos que aprendem Português como língua de herança

Um consórcio criado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Camões, IP) e por seis universidades, quatro portuguesas e duas estrangeiras, vai criar o primeiro ‘corpus’ (coleção de textos) mundial de Português Língua de Herança.

O consórcio é composto pelo Camões, IP e pelas universidades de Lisboa, Nova de Lisboa, Porto, Minho, Lancaster (Reino Unido) e Tübingen (Alemanha).

No seu âmbito, vão ser estudados durante cinco anos, cerca de 300 mil textos de alunos de português no estrangeiro.

A universidade de Lancaster será a responsável pelos projetos de investigação a desenvolver no âmbito do protocolo.

O ‘corpus’ vai reunir cinco ou seis textos redigidos por ano pelos mais de 70 alunos que aprendem português como língua de herança em todo o mundo, num total de “200 a 300 mil” trabalhos, explicou Patrick Rebuschat, da Universidade de Lancaster, na sessão de formalização do consórcio, que decorreu na sede do Camões, IP, em Lisboa.

Entre os objetivos desta parceria está a elaboração de um estudo sobre a motivação de alunos e pais para a aprendizagem do Português, a realizar a partir de inquéritos e entrevistas, num trabalho de recolha que será assegurado pela rede de coordenadores do Ensino do Português no Estrangeiro (EPE), tanto da rede oficial, como da particular.

Onde não houver coordenações de ensino, a recolha será assegurada pelos postos consulares e diplomáticos.

Atualmente, há no estrangeiro mais de 72 mil alunos a aprenderem português como língua de herança, enquanto o português como língua segunda conta com mais de 113 mil estudantes.

“Este estudo vai permitir descrever detalhadamente o Português Língua de Herança e compará-lo com o Português Língua Não Materna”, sublinhou Patrick Rebuschat.

Para o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas o “primeiro grande objetivo” deste consórcio “é estudar o perfil dos alunos e das suas famílias – um estudo de contexto – tendo em vista aperfeiçoar os conteúdos dos materiais didático-pedagógicos quer a própria formação de professores”.

José Luís Carneiro voltou a referir que o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem “duas prioridades que caminham juntas”, referindo que “o objetivo de integração da língua nas estruturas curriculares dos países onde temos comunidades não significa desguarnecer ou dar menor atenção ao ensino da língua portuguesa enquanto língua de origem”.

Sobre o estudo, sublinhou que vai permitir responder a questões como: “Porque é que procuram a língua portuguesa? Qual o papel das famílias na procura da língua portuguesa? Se a língua portuguesa é um fator de inserção, de inclusão, ou é um fator de bloqueio à integração cívica ou institucional?”.

Já o secretário de Estado da Educação afirmou que são cada vez mais necessárias políticas públicas fundamentadas “em evidências”, apesar de não se deixar de parte a aposta em políticas baseadas na ideologia.

“Quando decidimos apoiar os filhos dos nossos emigrantes que não têm acesso à língua materna, há aqui uma aposta ideológica de não deixar que percam as suas raízes com a sua língua materna”, sublinhou João Costa.

Algo que só se constrói se for assente em “políticas de evidência (científica)”, acrescentou o governante. “E sem dados, não há evidências”, disse ainda, referindo-se ao estudo que será realizado. In “Mundo Português” - Portugal

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