Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

OIT – Trabalho forçado no Brasil

Centenas de trabalhadores brasileiros foram resgatados pelo menos duas vezes da escravidão nos últimos 15 anos. O Observatório Digital do Trabalho da Escravidão no Brasil, um projeto conjunto da OIT e do Ministério Público do Trabalho, publicou novos dados sobre a escravidão laboral no país



Brasília - No Brasil, mais de 35 mil pessoas foram resgatadas da escravidão laboral nos últimos 15 anos, mas mais de 600 acabaram a trabalhar em condições semelhantes pelo menos por uma segunda vez.

Isto significa que 1,73 por cento dos 35 341 trabalhadores resgatados da escravidão no país entre 2003 e 2017 foram vítimas de escravidão laboral pelo menos uma segunda vez. Destes, 22 foram resgatados três vezes e outros quatro foram resgatados quatro vezes.

Os trabalhadores que têm dificuldades em aceder aos serviços públicos, especialmente à educação, estão mais expostos ao risco de exploração e escravidão. As hipóteses de uma pessoa voltar a trabalhar em condições de escravidão são maiores entre os que têm baixo nível de educação e a taxa entre os trabalhadores analfabetos é duas vezes maior que a daqueles que terminaram a escola primária.

De acordo com o Código Penal brasileiro, a escravidão é caracterizada por condições degradantes, esforço de trabalho, trabalho forçado e servidão por dívidas.

Este problema esteve no centro das atenções nos últimos meses, depois duma diretriz governamental ter sido aprovada em outubro de 2017 como um enfraquecimento da legislação atual, mas foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal na sequência de críticas generalizadas. Em dezembro, o governo emitiu uma nova diretriz mais rigorosa que reintegrou a definição de trabalho forçado no âmbito do Código Penal brasileiro.

O novo documento indica claramente que a escravidão é uma violação dos direitos fundamentais e da dignidade dos trabalhadores. Estabelece que as vítimas devem beneficiar dos serviços públicos, enfatizando os grupos mais vulneráveis, como trabalhadores estrangeiros, trabalhadores domésticos e vítimas de exploração sexual. Organização Internacional do Trabalho

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